ATA DA OITAVA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO
REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 08-7-2009.
Aos oito dias do mês de julho do ano de dois mil e
nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão
Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta
minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Carlos
Todeschini, DJ Cassiá, João Carlos Nedel, João Pancinha, Maria Celeste, Nelcir
Tessaro, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e
Valter Nagelstein, Titulares. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião,
compareceram os Vereadores Luiz Braz e Pedro Ruas, Titulares, e João Antonio Dib,
Não Titular. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 2119 e 2130/09,
da Senhora Fernanda Almeida Cappelini, Supervisora de Produtos de Repasse da
Caixa Econômica Federal – CEF –; 135527, 138266, 140014 e 142265/09, do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Reunião, constatada a
existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Sexta e Sétima
Reuniões Ordinárias. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca da ordem dos trabalhos da presente Reunião, tendo o Vereador Reginaldo
Pujol manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador
Carlos Todeschini. Em continuidade, constatada a existência de quórum
deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador
Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente
Reunião. Após, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA.
Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 100/09, após ser encaminhado à
votação pelo Vereador Reginaldo Pujol. Em prosseguimento, o Senhor Presidente
declarou encerrada a Ordem do Dia. A seguir, em face de Questão de Ordem
formulada pelo Vereador Toni Proença, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca do funcionamento do Fórum de Entidades durante o recesso
parlamentar. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador Pedro Ruas. Em
continuidade, foi apregoado o Memorando nº 067/09, de autoria do Vereador Beto
Moesch, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, hoje, na abertura do 2º Fórum
Internacional de Resíduos Sólidos, às quatorze horas, no Centro de Convenções
da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – FIERGS –, em Porto
Alegre. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores Reginaldo Pujol, Tarciso
Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e DJ Cassiá. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores João Antonio Dib, Maria Celeste e Airto
Ferronato. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o Vereador
Carlos Todeschini. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Nelcir
Tessaro. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se a Vereadora Maria Celeste. Após, foi
apregoado Comunicado de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada
do PP, informando que Sua Excelência substituirá o Vereador João Carlos Nedel
na titularidade da Comissão Representativa, no dia de amanhã, nos termos do
artigo 83, parágrafo único, do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo
Governo, pronunciou-se o Vereador Valter Nagelstein. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se
os Vereadores Nelcir Tessaro e João Antonio Dib. Às onze horas e vinte e sete
minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando
os Senhores Vereadores Titulares para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Toni
Proença e Nelcir Tessaro e secretariados pelos Vereadores Nelcir Tessaro e João
Carlos Nedel. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
Nós
queremos dizer aos colegas Vereadores que, entre os Requerimentos que queremos
votar hoje, gostaríamos que em primeiro lugar fosse votado o que traz a
possibilidade da continuidade da Comissão que revisa o Plano Diretor no período
do recesso. Aliás, nesta semana, já na terça-feira, fui informado por todos os
Srs. Relatores e pelo Presidente que foi um trabalho muito intenso. Todavia,
diz o nosso Regimento que para funcionar uma comissão no período de recesso é
necessária a autorização da Comissão Representativa. Portanto, tão logo
tenhamos a presença de 11 Vereadores no Plenário, que é o quórum mínimo para
votar esta matéria, nós vamos submeter à votação este Requerimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, eu quero inclusive registrar a presença do Ver. João Pancinha, o
que aumenta o nosso quórum, que já era suficiente para a abertura dos
trabalhos, e agora se aproxima de dar condições de entrarmos na Ordem do Dia.
O SR. REGINALDO PUJOL: Já estamos com
nove Vereadores presentes.
O SR. REGINALDO PUJOL: Precisamos
ter 11 Vereadores...
O SR. REGINALDO PUJOL: A gente pode
interromper as Comunicações a qualquer momento...
Este
é o teor do Requerimento, que, tão logo tenhamos quórum, colocaremos em
votação.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, a matéria não tem condições de ser votada, mas discutida pode ser.
Quem sabe, nós iniciamos a discussão, e, tão logo haja quórum, passamos à
votação?
Neste momento, passamos às
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.)
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.)
Convido o Ver. Toni Proença a assumir a presidência
dos trabalhos.
(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Melo; Vereadores e Vereadoras que nos assistem nesta primeira
reunião da Comissão Representativa do segundo recesso anual, Ver. Pujol, venho
aqui, em primeira manifestação, para protestar contra o golpe militar em
Honduras. Estou fazendo isso hoje, sabidamente atrasado, porque não tive
oportunidade de falar em outros períodos. É um fato lamentável que práticas que
muito mal causaram à América Latina, que muito prejudicaram muitos países, com
ditaduras sanguinárias, como viveu o Chile, como viveu a Argentina, como viveu
o Uruguai, como viveu o Brasil também, e outros países da América Central,
tenham ainda inspiração de repetição e de alguma resistência. Felizmente, o
mundo vive novos tempos: vive um Brasil democrático, vive uma Argentina
democrática, um Chile democrático, um Uruguai democrático, uma Venezuela
democrática, uma Nicarágua democrática. Houve uma eleição singular nos Estados
Unidos, com uma escolha amplamente majoritária; não aquela manipulação da
eleição do Presidente Bush, que nós pudemos assistir alguns anos atrás, uma
eleição que sequer terminou, pois ele meio que foi empossado à força. E há que
se ressaltar a importância da recriminação da oposição generalizada da América
como um todo: da América do Norte - dos Estados Unidos -, da América Central e
das lideranças da América do Sul, em relação ao governo golpista de Honduras.
Nós não podemos permitir que isso volte a criar raízes, porque a gente sabe que
há os que são simpáticos, sabe que há os que gostam, sabe que há os que muito
se beneficiaram dos golpes militares, mas isso causou danos e prejuízos
irreparáveis a uma grande maioria do povo latino-americano, do povo brasileiro,
dos quais podemos falar. Então, essas práticas devem ser banidas. Nós vivemos
numa democracia, que não é uma democracia plena ainda, porque há que se incluir
socialmente, há muito que se avançar na democratização dos meios de
comunicação, nas reformas sociais, no equilíbrio da distribuição de renda, e em
muitas questões. Temos que considerar, sim, os avanços importantes após a queda
da ditadura militar, do regime da ditadura militar, que muito prejudicou, que
concentrou renda, que expulsou as pessoas do campo, que concentrou as pessoas
nas cidades, e hoje 86% do povo mora em zonas urbanas; deformou o país,
deformou as cidades, transformou-as em megalópoles, cidades insustentáveis.
Esses são produtos das práticas que nós abominamos
e por isso viemos aqui repudiar o golpe havido em Honduras. Esperamos que a
democracia seja prontamente restabelecida e que a normalidade da vida
democrática daquele país possa seguir o seu curso.
Felizmente, hoje o mundo vive um outro espectro,
vive um outro desenho, uma outra configuração.
Sr. Presidente, me foi anunciado que o meu tempo
seria de 10 minutos...
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): São cinco
minutos, Ver. Carlos Todeschini, fruto de um acordo por requerimento proposto
pelo Ver. João Antonio Dib, em 14 de janeiro. Reponho o seu tempo.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Está bem. O
outro ponto que eu venho aqui alertar é o seguinte: ontem, houve uma Reunião do
Conselho Estadual de Transportes - parece-me que é isso -, e o aumento nas
passagens de ônibus, que seria de sete e mais alguma coisa por cento, foi
reduzido para 5,17% por conta de um fator: a diminuição do custo do óleo diesel.
Eu já vim aqui e alertei sobre isso, e faço uma
cobrança à Liderança do Governo e ao Prefeito Fogaça, porque essa não é uma
questão política; tem ser recalculado o preço do transporte coletivo, porque um
dos itens mais importantes, que é responsável por 12% dos custos de transporte
em média, o óleo diesel, foi rebaixado em 9%. Portanto, as planilhas têm
que ser rebaixadas em Porto Alegre. Isso significa que, no mínimo, devem ser
diminuídos cinco centavos por passagem, Ver. Reginaldo Pujol. Já encaminhei um
Ofício ao Prefeito, aguardo resposta do Líder, pois as empresas estão auferindo
ganhos irregulares de 50 mil reais por dia. Irregulares por quê? Porque o cálculo
foi feito com outro preço do óleo diesel.
(Aparte antirregimental do Ver. Reginaldo Pujol.)
O SR. CARLOS TODESCHINI: Não, é
irregular. Ele tem que ser adequado. O ganho está sendo irregular, porque, como
baixou o preço do insumo, que foi calculado diferentemente, tem que ser
adequado. Tanto é que o Conselho Estadual fez isso ontem. E digo e repito: são
50 mil reais por dia - com a sua tolerância de tempo, Sr. Presidente, porque eu
estava ainda baseado na informação anterior - que as empresas estão auferindo,
estão ganhando, em desacordo com a planilha de custos. Isso tem que ser
devolvido à população e ao bolso dos usuários de transporte de Porto Alegre.
Espero uma manifestação do Sr. Prefeito, porque ele tem a obrigação de fazer
isso. Obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, consulto se há acordo para que possamos, de imediato, entrar na
Ordem do Dia, e depois preservarmos todas as demais manifestações de
Comunicações, para votarmos o único Requerimento priorizado, que é o
Requerimento da prorrogação do funcionamento da Comissão Especial do Plano
Diretor. (Pausa.) Havendo acordo, está invertida a ordem dos trabalhos.
Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada
nominal para a verificação de quórum.
(Após a chamada nominal.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Há quórum,
passamos à
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 100/09 – (Proc. nº 3098/09 – Presidência) – requer
autorização para a continuidade, durante o período
de recesso parlamentar do corrente mês, dos trabalhos da Comissão Especial para
avaliar o PLCE nº 008/07, Proc. n° 6777/07, que trata de alterações na LC 434/
- PDDUA.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está em votação o Requerimento nº
100/09, que autoriza a continuidade, durante o período de recesso parlamentar
do corrente mês, dos trabalhos da Comissão Especial para avaliar o Plano
Diretor.
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu tinha
pedido a palavra para encaminhar a votação naquele momento em que queríamos
adentrar o assunto. Esse é um assunto pacífico; nós precisamos regularizar a
atuação da Comissão cujas Relatorias estão funcionando neste mês, e ficaria o
risco de os Relatórios não serem oficializados. Por isso dispensa qualquer
encaminhamento, na medida em que é consenso dos integrantes da Comissão e dos
Vereadores da Casa a necessidade desse procedimento regimental. Era isso, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião
Melo): Em votação o Requerimento nº 100/09, de autoria da Presidência. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos Vereadores presentes.
Está encerrada a Ordem do Dia.
O SR. TONI PROENÇA (Questão de Ordem): Só um esclarecimento, Presidente. Isso inclui
o Fórum de Entidades?
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu entendo que o nosso Código Civil, se é que
não foi mudado, diz que o assessório segue o principal. Portanto, entendo que
V. Exª terá um farto trabalho este mês.
O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.)
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste.
O Ver. João Pancinha está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.) Desiste.
A Verª Maria Celeste está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.)
O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.)
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em
Comunicações. Ver. Pedro, se V. Exª quiser acumular, além do período de
Comunicações, o Tempo de Liderança, a preferência é de V. Exª.
(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadoras e Vereadores, o período em que
falo, Sr. Presidente, é apenas o de Comunicações e não o de Liderança da
Bancada. Na verdade, queremos fazer um registro importante em nome do PSOL.
Ontem, tivemos uma reunião de avaliação deste primeiro semestre; certamente
outros Partidos e outros colegas Vereadores fizeram algo semelhante ou farão, e
concluímos que a Câmara Municipal continua dando grandes e bons exemplos à
nossa Cidade e, de resto, a outros Municípios. Eu sempre gosto de ressaltar,
porque isso me dá muito orgulho - Ver. DJ Cassiá, Vereador de primeira Legislatura,
Ver. Todeschini, já mais experiente -, que Porto Alegre, em 1884, quatro anos
antes da abolição da escravatura, portanto, abolia aqui a escravatura. Foi a
primeira cidade do País que fez isto, numa legislação, Ver. João Dib,
especialista na nossa Cidade, até inconstitucional. Mas nós abolimos a
escravidão aqui em Porto Alegre, em 1884 - nenhum de nós, Vereadores, aqui
estava, evidentemente, eu também não estava -, quatro anos antes do restante do
País. Então, esse é um motivo de orgulho para a história da nossa Cidade e da
nossa Câmara.
Faço este registro, porque este segundo semestre,
Ver. Toni Proença, espera muito de nós. E, certamente, Ver. Sebastião Melo, com
a profícua presidência de V. Exª, nós teremos condições de ter um segundo
semestre igual ou melhor do que esse primeiro que tivemos. Ele foi um semestre
produtivo, sim, e também o será o segundo. E enfrentaremos uma questão, Ver.
Tarciso, Ver. Luiz Braz, da maior relevância: como a Câmara será capaz de
enfrentar a situação da consulta popular a respeito do Pontal do Estaleiro?
Esse é um dado que já nos pegará agora, em agosto, e sobre ele a população de
Porto Alegre terá duas alternativas, do nosso ponto de vista, lamentavelmente
muito semelhantes. A primeira é votar se o Pontal do Estaleiro terá apenas
residências; e a segunda, se terá residências e comércio. Ora, é uma escolha
entre o privado e o privado, entre o uso privado do Pontal para residências e o
uso privado do Pontal para residências e comércio. Portanto, é o tipo de
situação na qual qualquer escolha, do nosso ponto de vista, não serve aos
interesses maiores da sociedade, em que está incluída a proteção ambiental.
Esse é um dos temas sobre os quais nos debruçaremos já no início do semestre
que começamos agora.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador). Ver. Pedro Ruas, até por admirá-lo, não posso
permitir que V. Exª cometa equívocos na sua fala. V. Exª disse que nós vamos
decidir entre se vai haver residências ou se não vai haver residências. Se não
vai haver residências, a construção comercial já está decidida. A construção
comercial já foi permitida por nós.
O SR. PEDRO RUAS: Não foi isso
que eu disse, Vereador.
O Sr. Luiz Braz: Desculpe-me, então eu que
entendi mal, Vereador!
O SR. PEDRO RUAS: Mas eu esclareço, aproveitando
que V. Exª faz um registro importante - e agradeço -, que a escolha é entre
residências e residências e comércio.
O Sr. Luiz Braz: O comércio já está decidido que
pode; já votamos isso aqui em 2002.
O SR. PEDRO RUAS: Exatamente, é entre comércio ou
entre comércio e residências. A forma como V. Exª coloca está mais correta.
Agradeço, Ver. Braz.
Comércio, ou comércio e residências. Isso não
altera, Vereador, o que eu disse antes. De qualquer forma, é entre a utilização
privada - só o comércio - e a utilização privada - comércio e residências. Do
nosso ponto de vista, são escolhas ruins para a população. A correção que V.
Exª faz é pertinente, e eu a acolho no meu pronunciamento.
Concluo, Presidente Toni Proença, Vereadores e
Vereadoras, dizendo do nosso orgulho, do orgulho do PSOL nesta convivência. O
orgulho não tem a ver com convergência de opiniões, nós podemos sempre
divergir, e devemos. Esta é uma Casa plural, democrática e que representa, eu
já disse aqui, mais a população na sua íntegra do que o próprio Executivo,
porque o Executivo é uma eleição majoritária, portanto, alguns perdem e outros
ganham em termos ideológicos e partidários. Aqui, todos os segmentos estão
representados, todos os setores. Logo, não precisamos convergir, não precisamos
concordar. Mas a nossa convivência aqui, no primeiro semestre, foi algo que
deixou para nós, do PSOL, a melhor das impressões, e nós queremos trabalhar
forte, pesado, com as senhoras e com os senhores, neste segundo semestre, para
que possamos fazer de Porto Alegre uma cidade melhor. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Apregoo o
Memorando de representação do Ver. Beto Moesch no 2º Fórum Internacional de
Resíduos Sólidos, a realizar-se no dia 08 de julho, em Porto Alegre, no salão
de convenções da FIERGS.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, a intervenção anterior do ilustre Ver. Pedro Ruas,
Líder do PSOL, corresponde à expectativa que nós tínhamos a respeito do seu
pronunciamento. O Ver. Pedro Ruas ocupou muito bem a tribuna, acentuando, com
muita autoridade, algumas características a respeito do primeiro semestre de
atuação da Câmara nesta Legislatura.
Eu quero dizer que, com muita satisfação, tenho
ouvido de várias pessoas de diversos segmentos considerações a esse respeito,
dizendo que nós somos uma exceção no quadro político brasileiro, que,
lamentavelmente, se encontra em profundo desgaste. Maior até do que seria
justo, porque existem algumas forças interessadas em aprofundar mais ainda esse
desgaste.
Nós aqui, desde o primeiro momento desta
Legislatura, Ver. Toni, e V. Exª foi um parceiro nos primórdios do mês de
janeiro ainda, quando naturalmente nós não tínhamos o dever regimental de aqui
comparecer, mas, com a consciência moral de que estava iniciando uma nova
Legislatura, se fez presente quase todo o mês de janeiro, não só nas reuniões
desta Comissão Representativa, que todas as quartas e quintas-feiras se reúne,
como em vários outros momentos, especialmente nesta tarefa em que estamos
engajados, que é a elaboração de um estudo adequado sobre a proposta do
Executivo de adequar o Plano Diretor. Plano Diretor este que mereceu, Ver. Dib,
mais de 300 Emendas que estão sendo examinadas por cinco Relatorias Temáticas.
Muitas das Emendas são oriundas, inclusive, do Fórum de Entidades, no qual V.
Exª e o Ver. Pancinha têm uma atuação muito efetiva. Está registrada a atuação
de V. Exª na coordenação dos trabalhos do Fórum. Em verdade, vamos ter uma
tarefa muito forte agora; mais do que oficializar os trabalhos que faremos
neste mês, a decisão de hoje é um estímulo a que se continue trabalhando. Já
convoquei a minha Assessoria e a Assessoria do Plano, nós vamos, no próximo fim
de semana, ficar coletando dados e informações, porque, principalmente agora,
Ver. Toni, a gente conseguiu, de forma definitiva, ordenar, fazer aquele
mapeamento a respeito do que diz a Lei hoje, o que propõe o Executivo no seu
Projeto e na Mensagem Retificativa, e as várias Emendas incidentes sobre o
Projeto.
Realmente, por melhor ânimo que tenhamos, vamos ter
algumas dificuldades de, em tempo hábil, realizar esta tarefa. Mas haveremos de
fazer, até o dia 15, que é nova data estabelecida pela Presidência da Comissão,
à qual nos submetemos com a concordância dos demais integrantes da Relatoria.
Ainda que, é bom registrar, Ver. Tessaro - nós conversávamos sobre isto há
pouco -, que mais da metade das Emendas apresentadas pelos Vereadores, pelo
Fórum das Entidades, se dirigem à área que estamos examinando, o Plano
Regulador, e, ao final e ao cabo, muitas das outras que não foram relatadas
para nós, vamos acabar refletindo nesta área, que é a regulação, que é a parte
que, num juízo, temos que ter um cuidado muito especial, que são as exposições
finais, porque me parece que a Mensagem Retificativa e o próprio Projeto
omitiram algumas coisas, alguns prazos, alguns compromissos que o Executivo não
honrou inclusive nesse período, e que agora tem que ser renovado, com outros
parâmetros e com outras datas.
Sou alertado, Sr. Presidente, que o meu tempo está
prestes a se esgotar, mas fica aqui este registro. O registro que, de certa
maneira, eu sou impelido a fazer pela manifestação do Ver. Pedro Ruas, com a
qual eu tenho a maior concordância. Neste particular, o PSOL e o Democratas,
somam o reconhecimento do grande esforço e da grande responsabilidade com que o
trabalho Legislativo se realizou neste primeiro semestre aqui na Casa. Todos
nós, tenhamos orgulho disso.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação as Atas disponíveis nas Pastas
Públicas do Correio Eletrônico: Atas das 6ª e 7ª Reunião Ordinária (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em Comunicações.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Bom-dia, Presidente, Ver. Toni Proença, saúdo todos os Vereadores e
Vereadoras, e a quem nos assiste. Presidente, Toni Proença, eu não sei mais a
quem pedir, porque é o meu primeiro mandato, e a gente começa entrar no jogo,
começa a conhecer o jogo...
Ali no Centro de Porto Alegre, na Rua Bento Martins com a Rua da Praia -
já fiz um Pedido de Providências, falei com o Senna -, de janeiro até hoje, eu
vi seis batidas de carros. Até quando nós vamos ver aquelas batidas ali, com as
pessoas se ferindo, se aleijando? A Rua da Praia tem muito comércio, as pessoas
pedem para mim: “Pelo amor de Deus! Tarciso, agora tu tens voz, vai lá”... Eu
falo para eles: “Olha, já fiz o Pedido de Providências”. Amanhã vou até a EPTC
para falar com o Senna, porque é um absurdo, Ver. Todeschini, aquela
sinalização é muito precária. As pessoas que vêm no sentido do Mercado e as
pessoas que sobem no sentido da Rua Duque de Caxias não sabem de quem é a
preferência, e se jogam pelo prédio do Exército.
Há outros Pedidos de Providências que eu fiz; é que
nós temos um Centro tão maravilhoso, tão bonito, há aqueles prédios antigos de
que todos nós gaúchos nos orgulhamos muito. A pessoa está almoçando ou jantando
num daqueles restaurantes, nos bares que há na Rua da Praia, e vê ratos,
baratas, passeando ali junto à mesa. Fiz esse Pedido de Providências, Ver.
Valter Nagelstein, para que o pessoal da limpeza fosse lá. É o Centro de Porto
Alegre! Está vindo a Copa do Mundo, será que o nosso Centro vai ficar com todo
esse lixo?
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Só para auxiliar e corroborar com a sua
fala, Ver.Tarciso, em relação
ao problema dos ratos em Porto Alegre. Nós já tivemos uma política modelo,
porque na SMS havia os maiores especialistas em combate ao rato; um serviço de
controle da Zoonose que foi totalmente desmontado. O rato migra pelas redes do
pluvial, pelas redes de esgoto e ele se esconde nos prédios abandonados, nas
praças. Por isso tem que haver uma política integral, porque, senão, ele vai se
deslocar de um lado para outro, principalmente nas áreas onde tem oportunidade
de buscar alimento. Então, o problema é que está totalmente desmontada a política
de combate ao rato, e também a dedetização, que já foi modelo. Isso não existe
mais, e não se sabe a quem recorrer.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Obrigado. A
gente fica muito preocupado. Eu saio da Rua Bento Martins no sábado, na
sexta-feira, dia em que a gente não tem Sessão no plenário, temos esse dia para
cumprimentar os eleitores, para cumprimentar aquelas pessoas que você gosta. Eu
saio caminhando até o camelódromo, passo no Mercado, e vejo isso aí!? Até
quando o nosso Centro maravilhoso, lindo, vai acolher esse lixo todo? A Copa do
Mundo está vindo aí, gente; todo mundo falando em Copa do Mundo, todo mundo em
redor da Arena do Grêmio, todo mundo em redor do Inter, construindo os seus
espigões, e o Centro está ficando desse jeito? Pararam de olhar para o Centro,
porque nada vai ser construído no Centro, mas no Centro vai ser construído o
maior agrupamento de todo mundo. Então, é isso que nós, Vereadores, políticos,
executivos, temos que ver. O Centro é muito importante para a nossa Cidade e
para mostrar Porto Alegre aos outros países como uma cidade modelo, uma cidade
maravilhosa. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Solicito ao
Ver. Nelcir Tessaro que assuma a presidência dos trabalhos.
(O Ver. Nelcir Tessaro assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni
Proença está com a palavra em Comunicações.
O SR. TONI PROENÇA: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
ocupo esta tribuna, hoje, para tratar de um tema que tem movimentado toda a
opinião pública de Porto Alegre, e até mesmo do Rio Grande e do Brasil, que é o
combate às drogas. Tivemos, ontem, uma reunião com a Verª Maria Celeste, que
representa a Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente; com o Ver. Dr.
Thiago, que representa a Frente Parlamentar Antidrogas; com o Ver. DJ Cassiá,
da Comissão de Educação e Cultura; com a Verª Fernanda Melchionna, que
representa a Frente Parlamentar pela Leitura, e, nessa reunião, acordamos
providenciar um Seminário, uma noite de debates sobre o tema, no dia 20 de
agosto. Isso está sendo tratado pelas assessorias de todos esses Vereadores.
Por
que fizemos isto? Porque, na quinta-feira passada, em comparecimento, tivemos a
presença do Dr. Luiz Coronel, Diretor do Hospital Psiquiátrico São Pedro, do
Promotor Marcelo e do Manoel, tratando especialmente do tema relacionado ao crack.
Ficou claro para nós que é
preciso que toda a sociedade se envolva no combate principalmente ao crack.
A Câmara de Porto Alegre resolveu liderar o Movimento para tentar envolver toda
a sociedade. Como bem disse na ocasião o Manoel Soares: “cada um tem de fazer a
sua parte”. Nós entendemos que, além de fazer a nossa parte, temos de tentar
orquestrar todo esse trabalho individual de entidades e instituições que está
sendo feito em Porto Alegre. Temos o exemplo de Montenegro, onde a cidade toda
se envolveu contra o crack. Queremos transformar Porto Alegre numa
referência de combate e prevenção às drogas, notadamente ao crack, que é
uma epidemia, e vem lastimando as famílias e principalmente a juventude de
Porto Alegre. Nós temos vários trabalhos, várias iniciativas, várias atividades
de prevenção. Aqui na Câmara, por exemplo, temos o trabalho do Ver. Tarciso,
que trabalha com jovens, por meio do esporte, levando-os a se dedicar a
atividades lúdicas, buscando estabelecer um combate e uma disputa com o
tráfico. Há o trabalho do Vereador DJ Cassiá, com a música, com a cultura
popular da periferia principalmente. Temos o trabalho da Verª Maria Celeste,
que foi Conselheira Tutelar, que milita pela causa da criança e do adolescente.
E por aí eu poderia discorrer sobre o trabalho, talvez, dos 36 Vereadores. O
que nós queremos é que todos se envolvam nesta causa; que todos façam a sua
parte - que muitos já estão fazendo -; que se envolvam com essa grande
orquestração no sentido de transformar Porto Alegre numa Capital efetiva contra
as drogas. Temos a ambição de que a gente possa se transformar numa referência
de combate e na prevenção ao uso de drogas, principalmente pelas crianças e
pelos adolescentes. A notícia que se tem é de que a criança mais nova viciada
em crack em Porto Alegre, tem quatro anos. Isso é um absurdo! Chegamos
ao fundo do poço.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador). Ver. Toni Proença, eu acompanho com atenção o
pronunciamento de V. Exª, como também acompanho o trabalho de V. Exa nesses
seus seis meses do primeiro mandato. E lhe digo, Vereador, que cada vez mais o
admiro, e digo isso a muitos colegas, e V. Exª sabe disso. Este pronunciamento,
que é de uma pessoa séria e realmente interessada, é distinto daquele tipo de
posição que se vê, não aqui na Câmara, mas em muitos locais em que pessoas usam
um tema grave, dramático, eventualmente trágico para a sociedade, para fazer
uma promoção pessoal. Não é o caso de V. Exª, que trabalha com seriedade, que
quer realmente transformar Porto Alegre nessa referência. Eu não sei se isso é
possível; torço para que seja. Quero que V. Exa conte comigo, tenho certeza que
dá para melhorar. Acho que o projeto de V. Exª é ousado, mas merece todo o
nosso apoio e todo o nosso incentivo. Parabéns a V. Exª
O SR. TONI PROENÇA: Obrigado pelo
aparte, Ver. Pedro Ruas. Quero somente registrar que o projeto não é meu, o
projeto é de um conjunto de Vereadores que está francamente preocupado com o
tema ao qual me associei, e acho que o projeto tem que ser da Câmara de
Vereadores. Por isso faço este pronunciamento, hoje, pedindo que todos se
envolvam, porque, se a Câmara se envolver como um todo, certamente
conseguiremos envolver toda a Cidade. Muito obrigado a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra em Comunicações.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Ver. Nelcir
Tessaro, Presidente; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, quando ouço
o relato do Ver. Toni Proença, Ver. João Dib, de que uma criança de quatro anos
é o mais jovem viciado em crack, isso me provoca um arrepio na alma. Eu
acho que nós não somente precisamos reforçar - eu assinei a Frente Parlamentar
Antidrogas - esse trabalho, mas precisamos começar a pensar numa alteração,
Ver. João Pancinha, da legislação federal a respeito do tráfico de drogas e
entorpecentes, especialmente dessas mais pesadas, vencer certas hipocrisias,
caminhar no sentido de liberalização de algumas questões e de punição
extremamente severa de outras. Essa é uma outra discussão, mas precisamos, sim,
estar alerta e engajados nessa questão.
Vereador Tarciso, eu ouvi com muita atenção, como
sempre, a sua fala; acho que o Centro é uma região de referência afetiva para
todos nós. Quero lhe dizer que, felizmente, o Projeto Monumenta já começa a
recuperação, dentro de poucos dias, da Praça da Alfândega, da Rua da Ladeira,
do pórtico do Cais do Porto, enfim, de toda aquela região, e se estende para
outras regiões - é um projeto muito bonito. O Centro Histórico já teve essa
questão do seu reconhecimento como Centro Histórico, e a luta mais importante -
V. Exª é testemunha - é que tenho dedicado a maior parte da força do meu
mandato exatamente para isso, é para recuperarmos o nosso Cais do Porto.
Eu tenho certeza de que o projeto de Revitalização
do Cais - assim como foi feito em várias cidades do mundo, e nós poderíamos
começar a elencar aqui - vai ser um projeto saneador e de recuperação de todo o
Centro da Cidade. Dentro dos moldes de uma parceira público-privada, sem
nenhuma espécie de preconceito, de parti pri, de ojeriza ao capital que
vai vir aqui, neste caso, para nos ajudar a recuperar uma área degradada,
depreciada da nossa Cidade e vai entregar aquele equipamento a toda população
de Porto Alegre, independentemente de classe social, porque não existe projeto
dessa natureza que prescinda do povo; o povo precisa estar ali. Ali vão estar
universidades, ali vão estar teatros, ali vai estar cultura, ali vai estar o
entretenimento, Ver. João Dib; o Centro da Cidade, eu tenho certeza de que
novamente irá florescer naquela que é uma região das mais históricas da nossa
Porto Alegre.
Eu quero pedir desculpas aos Srs, Vereadores, às Sras
Vereadoras, Ver. DJ Cassiá, pela minha falta de humildade na próxima informação
que trago aqui. Eu tenho visto os Vereadores falando a respeito do nosso
trabalho no primeiro semestre, do desempenho da Câmara. Então, perdoem-me mais uma
vez, peço mil vezes vênia a V. Exas para jogar, fazer um pouquinho,
como o nosso ex-Governador Alceu Collares gosta de fazer, “jogar um pouquinho
de confete”, porque esse resultado de 111 Projetos votados no primeiro semestre
é uma tarefa da Liderança do Governo. Cabe, especialmente num momento como este
nosso, ao Líder do Governo, construir - está aqui a Rejane, a quem eu agradeço
pelo apoio -; a Ordem do Dia, propor aos Srs. Vereadores - nós temos as
reuniões das segundas-feiras -, e conseguimos construir este escore, Ver. João
Pancinha, neste primeiro semestre, Ver. DJ Cassiá, com o apoio da base; muitas
vezes a oposição votando conosco, outras vezes a oposição no seu papel de
resistir, de fazer a dialética necessária no processo político, mas conseguimos
aprovar todos os Projetos do Executivo e conseguimos este escore, Ver. João
Dib, que me parece bastante significativo, bastante importante. E perdoem-me -
volto a dizer - pela falta de humildade, mas preciso fazer esse reconhecimento,
que foi o nosso trabalho, da Liderança do Governo, que ensejou exatamente esse
resultado positivo que nós tivemos.
Quero ainda trazer um assunto que parece menos
interessante, mas que é importante, sim, que é a questão... Eu vou agora,
terminando a Sessão, fazer um telefonema ao nosso querido Omar Ferri Júnior,
Diretor do Procon, porque várias famílias de classe média, especialmente de
Porto Alegre, têm, neste período de julho, como destino dos seus filhos esses
passeios para a Argentina e Bariloche. Várias famílias fizeram isso. E, agora,
as agências não estão querendo devolver o dinheiro que foi pago. Isso faz
falta, isso faz parte dos sonhos das crianças, mas faz falta no orçamento das
famílias que destinam, às vezes, dois, três, quatro mil reais para isso. Acho
que o nosso Procon Municipal precisa, imediatamente, entrar nesta questão e
atuar neste assunto.
Eu quero, ainda, falar a respeito do assunto do
Pontal, e dizer que, para o Governo, esta Emenda do nosso querido e ilustre
Ver. Mauro Zacher não pode e não deve prosperar. Nós temos muito respeito pela
coisa pública e pela iniciativa privada, e cada qual no seu espaço. Aquilo é um
terreno privado de um empreendedor que vai gerar emprego, que vai pagar
impostos, que vai desenvolver a Cidade, e que obviamente precisa respeitar,
sim, o patrimônio natural de Porto Alegre. Respeitadas todas essas questões, o
proprietário pode usar, gozar, fruir e dispor da sua propriedade, assim como
está assegurado na nossa Constituição Federal.
Então, nós não vemos margem para que essa Emenda
prospere, sobretudo porque Porto Alegre tem outras demandas que são muito mais
importantes na área da habitação popular, na área da Saúde. E se podemos
angariar recursos a partir da venda de próprios municipais, esses recursos
precisam, sim, Ver. João Pancinha, ser destinados às demandas mais prementes da
nossa sociedade.
Por último, eu concluo, Sr. Presidente,
dirigindo-me ao Ver. Pedro Ruas, para dizer a V. Exª, Ver. Pedro Ruas, que eu
gostaria que os meus correligionários do PMDB, citados nessas gravações e nesse
depoimento que, em tese, teria sido prestado pelo Sr. Lair Ferst, numa delação
premiada, que os meus companheiros correligionários do PMDB fossem subscritores
da CPI para investigar na total inteireza e na mais absoluta profundidade tudo
isso que aí está.
A nós interessa que isso seja esclarecido, que isso
seja aclarado. Eu tenho certeza absoluta de que isso interessa mais ainda aos
nossos dois Deputados Estaduais que foram citados, que essas circunstâncias
todas possam ser esclarecidas.
Então, eu gostaria de fazer um apelo para que os
meus correligionários, meus companheiros de Partido, que o nosso Partido
pudesse ensejar que essas informações fossem esclarecidas, todas essas ilações,
conjecturas, supostas irregularidades, indícios se há ou se não há, que tudo
isso pudesse ser devidamente esclarecido e aclarado. Então, eu queria, aqui da
tribuna, em período de Comunicações, fazer um apelo para que o PMDB pudesse,
sim, também dar as suas assinaturas para que esta CPI - que eu acho que no
presente momento é do interesse do Rio Grande -, para que essas circunstâncias
se esclareçam, pois isso não contribui para a história do Rio Grande do Sul.
Nós vivemos um momento que apequena a história e a grandeza da política do
nosso Estado. Eu acho que é fundamental e importante que haja uma CPI,
independentemente a quem interesse, mas que haja, porque eu acho que, neste
momento, a CPI não interessa ao PSOL, ao PT, a este ou àquele; a CPI interessa
à política na sua expressão maior, na grandeza maior do Rio Grande do Sul: à
história do Rio Grande do Sul. Nós precisamos aclarar tudo que aí está, porque
isso não se coaduna exatamente com a grandeza da história do nosso Estado e dos
homens e mulheres públicos que construíram este Rio Grande de que tanto nós
todos nos orgulhamos. Muito obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, Srs.
Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. DJ
Cassiá está com a palavra em Comunicações.
O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, imprensa e público presente nesta Casa, eu quero
dar os parabéns aos 36 Vereadores, aos funcionários desta Casa e dizer à
imprensa que esta Casa é um orgulho, não só para a política nacional, mas é um
orgulho para a política mundial.
Eu estou aqui, hoje, completando seis meses nesta
Casa. A sociedade, uma grande parte, vê no recesso desta Casa um descanso para
os Vereadores. Não é assim, não. Estamos em recesso, mas estamos aqui
trabalhando hoje. E outros Vereadores, que não estão aqui, estão em suas
atividades, fazendo o seu trabalho pela Cidade, pela melhoria desta Cidade.
Eu quero aqui agradecer ao Ver. Tarciso, à Verª
Fernanda, ao Ver. Haroldo e à Verª Sofia, porque, na nossa Comissão de
Educação, Cultura, Esporte e Juventude, tivemos ótimos seis meses de mandato.
Ficamos, Ver. Valter, nosso Líder do Governo, sem uma demanda que não fosse
tocada à frente, todas, até mesmo porque as Comissões são o local onde se dá
oportunidade, Ver. João Antonio Dib, para a sociedade debater e reivindicar. Eu
quero agradecer, mais uma vez, à Verª Fernanda, ao Ver. Tarciso, ao Ver.
Haroldo e à Verª Sofia pelo apoio que eles têm me dado na Presidência da
Comissão.
Ver. Pedro Ruas, por quem eu tenho um grande
respeito, V. Exª levantou aqui uma questão importante. O senhor sabe que nas
minhas andanças pelos becos, pelos corredores, às vezes até onde o próprio
cachorro fica meio com medo de entrar, nas comunidades carentes, Ver. Pedro
Ruas, eu não vejo ninguém falar, ninguém questionar a questão do Pontal. Eu
estive há uns 20 dias na Associação dos Delegados, onde havia um debate
estudantil, e havia ali uns 400 estudantes, formadores de opinião, discutindo.
Eu perguntei: “quem aqui está discutindo ou está interessado na questão do
Pontal, levante a mão!” Ninguém levantou a mão, Vereador! Ninguém! E sabe que a
questão do Pontal é importante, tem alta importância para a nossa Capital.
Temos que discutir. Precisamos de avanços, mas acho que a questão do Pontal,
salvo melhor juízo, é só uma unha na questão da orla. Eu não sou técnico, mas
eu enxergo! E, pelo que eu andei na orla, junto com o Ver. Pancinha e com a
Verª Celeste - nós caminhamos pela orla toda -, a orla quase toda foi tomada na
“mão grande”! Lá adiante, lá perto da Pedra Redonda, fizeram garagens para
barcos, tomaram conta! E aí, não vamos discutir isso aí? Quer dizer que se o
cidadão ali, Ver. Tarciso, invadir uma área verde, a Brigada vai lá e o tira de
lá! Ora, acho que temos que ir mais adiante, temos que discutir a orla num
todo! Porque, em seguidinha, vamos estar aqui discutindo o que fazer, ou o que
desfazer, com o que fizeram em Belém, no Lami, Ipanema, enfim.
O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Ver. Tarciso, tens sido
um grande parceiro na Comissão. Para concluir, Presidente, eu só quero falar da
questão que o Ver. Pedro Ruas levantou aqui, que é a questão da orla, isso é
importante. Nós temos que saber o que nós queremos para a Capital do Rio Grande
do Sul. Há 30 anos, quando pisei nesta terra maravilhosa, nesta Cidade que me
deu oportunidade até mesmo de ser um Vereador hoje, tenho orgulho de fazer
parte desta Cidade, apesar de não ser natural daqui, mas esta Cidade é
igualzinha como era há 30 anos, quando cheguei aqui. Pouco avançou. Nós temos
que decidir o que queremos para Porto Alegre, Ver. Pedro Ruas. Queremos uma
Porto Alegre com plantações, com estilo rural, ou queremos realmente uma
metrópole avançada? Eu só quero ser feliz, andar tranquilamente na favela onde
nasci. Muito obrigado.
(Não revisada pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós
todos temos conhecimento de que Câmara Municipal está em recesso, mas recesso
Legislativo. Neste período, até 31 de julho, nós não votamos leis, mas votamos
Requerimentos, votamos licença para o Prefeito, e uma série de outras medidas
nós podemos tomar. Mas há uma preocupação neste ano, do nosso ilustre
Presidente, Ver. Sebastião Melo, compartilhada por 23 Vereadores que participam
- e V. Exª é um deles - da Comissão do Plano Diretor -, mas também os outros 12
Vereadores têm a mesma preocupação -, que é a de votarmos o Plano Diretor a
partir de 1º de outubro. E para que a população tenha conhecimento, para que
não fiquem dúvidas que há um trabalho concentrado em cima disso, nós temos nos
reunido semanalmente com os assessores dos relatores. Todas as terças-feiras -
e ontem nós nos reunimos -, das 9h às 12h, nós teremos reunião com os
assessores dos relatores, porque o Ver. Luiz Braz, que será o Coordenador da
Sistematização, precisa ter um contato, e os assessores continuam trabalhando.
Ontem, foi distribuído para os relatores um trabalho espetacular feito pela
nossa assessoria, pela nossa querida ex-Diretora Legislativa desta Casa,
Teresinha Casagrande, e também pela nossa Arquiteta Rosane. Aqui estão as 386
Emendas apresentadas pelo Fórum e pelos Vereadores: numa primeira coluna, nós
temos o Projeto que veio do Executivo; numa segunda coluna estão todas as
Emendas apresentadas; e na terceira coluna está a Lei Complementar nº 434, que
é o atual Plano Diretor. Foram distribuídos aos autores das Emendas, as Emendas
também foram apresentadas para os Anexos - a todos os Vereadores -, quer dizer,
não há uma despreocupação com aquela ideia de que a Cidade precisa de um Plano
Diretor revisado. Nós temos convicção de que não vamos resolver os problemas da
Cidade com o Plano Diretor revisado, mas nós vamos minimizar problemas, nós
vamos ajudar a resolver alguns problemas. E eu entendo que a solução para o
planejamento de Porto Alegre está no Instituto de Planejamento Urbano. Não tem
outra solução. As coisas acontecem muito rapidamente com o desenvolvimento da
tecnologia, e de repente nós estamos atrapalhados. Com o Instituto de Pesquisas
Urbanas, nós teríamos o acompanhamento diário e constante dos acontecimentos da
Cidade, e traríamos as soluções necessárias para os problemas que se
apresentassem, porque, de repente, o grande problema de uma cidade é o
somatório dos seus pequenos problemas, e um Instituto de Planejamento estaria
resolvendo esses problemas à medida que eles aparecessem, e nós nunca teríamos
um grande problema. Nós criamos muitas Secretarias, mas eu acho mais importante
do que tudo que foi criado um Instituto de Pesquisa Urbana para fazer um
acompanhamento constante da vida da Cidade, da Saúde da Cidade, do crescimento
ordenado da Cidade e da tranquilidade da população. Nós não teríamos que
discutir Projetos que ficam dividindo o Plenário, às vezes quase causando atritos,
se nós tivéssemos um instituto eminentemente técnico acompanhando o crescimento
da Cidade, o que seria, sem dúvida nenhuma, saudável. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Maria
Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
lamentavelmente, nesta segunda-feira, o Estado do Rio Grande do Sul acordou
novamente extremamente preocupado com a situação do Governo do Estado. Mais do
que isto, com novas denúncias divulgadas por um jornal da Cidade, o jornal Zero
Hora, sobre aquilo, Ver. Pedro Ruas, que o senhor e o PSOL afirmavam já lá no
início do semestre, aproximadamente em fevereiro, sobre a corrupção do Governo
do Estado do Rio Grande do Sul.
Mais uma vez, o PSOL, naquela época, já colocava a
preocupação que se tinha com a gestão pública do Estado do Rio Grande do Sul em
relação ao escândalo e às corrupções implementadas na Administração Pública.
Fomos, então, surpreendidos, nós do PT, que de certa forma acompanhávamos e
apoiávamos a iniciativa do PSOL, não tão surpreendidos, mas agora confirma-se,
literalmente, que existem muitos indícios e muitas outras questões que ainda
não foram apuradas, e que, por isso, nós entendemos a movimentação da base
aliada do Governo do Estado, do Governo Yeda, na Assembleia Legislativa, para
que não haja uma CPI. E lamentavelmente o que vemos e ouvimos, especialmente da
Governadora Yeda, é que não há fatos novos, que todas as denúncias estão sendo
requentadas.
Se nós observarmos atentamente aquilo que está
escrito no Jornal Zero Hora de ontem, nós vamos verificar que sete fatos
colocados pelo Sr. Lair não tinham sido divulgados e anunciados anteriormente.
Então, são sete novos fatos que estão sendo postos para análise do nosso
Estado. Vejamos quais são esses novos indícios que não tinham sido divulgados:
a participação da empresa que tem contrato de pardais com o DAER e que teria
vínculo com Deputados Estaduais - isto está gravado, anunciado na conversa com
Lair; as empresas de táxi aéreo que subfaturaram voos durante a campanha; a
jornalista Sandra Terra, assessora da Governadora, que teria superfaturado o
contrato da produtora do marqueteiro Chico Santa Rita, na campanha, em acordo
com Yeda; a questão da doação de cem mil reais, sem recibo e em dinheiro vivo,
por Edgar Candia, da Magna Engenharia, a Marcelo Cavalcante e a Aod Cunha, que
seria Secretário da Fazenda da Governo Yeda; a Construtora OAS, que doou 60 mil
reais, sem recibo e em dinheiro vivo, a Marcelo Cavalcante, valor que foi
entregue a Walna Meneses, esta assessora da Governadora, de qual, agora, o
Secretário da Transparência, no seu Parecer e no seu Relatório, pede o
afastamento. E a Governadora acha que não há envolvimento nenhum, que tudo está
sendo requentado, que o Ministério Público opinou pela permanência, que não há
nenhum problema em relação à Srª Walna. E a gente sabe que o Ministério Público
opinou em detrimento de apenas uma questão apontada, e não de todo o conjunto
do envolvimento dessas denúncias.
Portanto, a Governadora mais uma vez se cala, se
omite e com isso faz com que o Estado do Rio Grande do Sul esteja cada vez mais
alarmado com o nível de corrupção no Governo do Estado.
Se nada é novo, por que o jornal Zero Hora, repito,
traz a íntegra das acusações, que são 20 fatos? Eu pergunto, Ver. Pedro Ruas:
se isso não faz com que os Deputados da Assembleia se sintam sensibilizados
para cumprir com a sua obrigação, o que mais os fará? O que mais dará responsabilidade
aos Deputados para que instalem a CPI?
Eu já havia protocolado - e aqui eu quero,
Presidente, com a sua tolerância, reiterar - um documento para que possamos, a
Câmara Municipal de Porto Alegre, dar um exemplo de cidadania e de coerência
com o discurso que aqui realizamos todos os dias, inclusive com o discurso do
Vereador que me antecedeu, Ver. Valter Nagelstein, apoiando a criação da CPI na
Assembleia Legislativa. Já entramos com Requerimento, estamos pedindo a
priorização da votação deste Requerimento na Representativa de amanhã, para que
esta Casa, então, envie uma Moção de Apoio à criação da CPI, à Assembleia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, a todos os Deputados de todas as
Bancadas da Assembleia Legislativa, para que se sensibilizem com a opinião da
Câmara Municipal. Não só a Bancada do PT e a Bancada do PSOL, mas, tenho
absoluta certeza, todas as Bancadas desta Casa vão votar favoravelmente este
Requerimento que amanhã gostaríamos que fosse pauta de discussão na Ordem do
Dia. Obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
nós temos, agora, para relatar, o nosso Plano Diretor, mas sobre isso falarei
amanhã, pois sou um dos Relatores.
Nós estamos agora pretendendo relatar - e gostaria
da atenção, muito especialmente, do Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein, e
de toda a Bancada governista da Casa, das senhoras e dos senhores - o Plano
Plurianual para os próximos quatro anos, meu caro Ver. João Dib. Existem
inúmeras Emendas, muitas Emendas, um alto número de Emendas. Há Vereadores que
apresentaram 10, 12, 15 Emendas, todas justas e muito apropriadas para atender
aos anseios da cidade de Porto Alegre; todas. Só que, quando se apresenta uma
Emenda justa, apropriada, pretendendo recursos para determinada área,
necessariamente é preciso tirar esses recursos de algum lugar.
Muitas das Emendas, meu caro Líder, Ver. Valter
Nagelstein, têm problemas de redação, retiram recurso de onde não deveriam
retirar, então, tecnicamente possuem problemas.
Meu caro Ver. Valter Nagelstein, temos uma série de
outras Emendas que causam a seguinte questão, Ver. João Dib: por exemplo, o
volume de recursos destinados à publicidade do Governo para os próximos quatro
anos, totaliza 12 milhões, 608 mil reais; e o conjunto total de retirada dessa
rubrica de 12 milhões, soma 13 milhões, 671 mil reais.
Nós temos um outro Programa: Atualização,
Modernização do Cadastro; de oito milhões, tiram dois milhões. Nós temos a Expo
Xangai 2010; o total da proposta do Governo, meu caro Ver. João Pancinha, é de
dois milhões, 880 mil e 913 reais -, também chamo a atenção aqui dos Vereadores
de todos os Partidos. O total de proposta apresentada é de quatro milhões, 153
mil, o que também torna o saldo negativo, assim como a publicidade, e,
tecnicamente, isso é impossível.
Meu caro Ver. Valter Nagelstein - Reserva de Contingência:
a previsão é de 14 milhões, 872 mil, para quatro anos; e a Reserva de
Contingência é um item obrigatório, estabelecido pela Lei nº 101, a Lei de
Responsabilidade Fiscal. Dessa matéria eu sou professor há quase 40 anos,
portanto, seria imperdoável se eu dissesse bobagens, porque essa matéria eu
conheço: 14 milhões, 872 mil reais é o conjunto de recursos destinados para a
Reserva de Contingência. Pasmem, o total de retirada, meu caro Ver. João Dib,
que conhece o assunto: 40 milhões de reais, gerando um saldo negativo de 25
milhões , e assim por diante.
Recebi inclusive a visita do Secretário Ilmo, meu
velho parceiro, amigo e colega da Fazenda, e a ele disse, meu sempre Presidente
e querido amigo Valdir Fraga: “A tarefa da compatibilidade do volume de Emendas
com o conjunto total de recursos previstos que ultrapassam não será deste
Relator; é do Governo Municipal”.
Quero bem ao Governo Municipal e ao nosso Prefeito,
só que, meu caro Presidente Valdir, a quase totalidade das Emendas apresentadas
é de Vereadores da Bancada governista. E não serei eu a dizer: “esta me serve,
aquela não”. Até porque eu já disse, meu caro amigo e Vereador Valter
Nagelstein, que todas as Emendas são positivas, salvo algumas. Há Emendas que
dizem assim: “Vamos calçar a Rua A”. Ora, mas se é para calçar a Rua A, do meu
amigo, eu calço a Rua A da minha Rua; eu boto obras na minha praça, porque se é
para buscar voto com essas Emendas, busco para mim; não sou ingênuo, tenho 30
anos de vida pública!
Então, meu caro Ver. João Dib, será uma tarefa
bastante complExª Agora, a oposição e a situação necessitam dar uma parada e
pensar quais as Emendas prosperarão. Um abraço a todos, e obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Presidente,
Toni Proença; Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste, Ver. Ferronato,
é lamentável que isso aconteça, porque o Orçamento Plurianual é uma diretriz
geral dos grandes programas e das grandes ações do Governo, e não um balcão de
oferta e de troca de serviços e obras por votos. Isso é lamentável, porque
assim há uma redução da Lei Orçamentária, da Lei, no caso, do Plurianual, que
perde o seu efeito.
Venho aqui para falar, porque na sexta-feira à
noite, por volta de 20 horas, eu ouvi na BandNews, uma notícia que dizia o
seguinte: “Porto Alegre tem uma das piores situações de saneamento do Brasil”.
Pois é, Ver. João Dib, a surpresa que V. Exª está tendo eu também tive, porque
isso estava sendo noticiado em cadeia. A BandNews, a gente sabe, é uma emissora
nacional, e dizia, entre outras coisas, que Porto Alegre tem 48% de cobertura
de esgotos, que era uma das piores cidades do Brasil em termos de saneamento, e
que a água representava inclusive risco para os consumidores. Essa notícia
saiu, e a única pessoa que eu ouvi manifestar-se sobre o assunto foi o Deputado
Paulo Odone, que disse que com o Socioambiental a situação do saneamento iria
melhorar em Porto Alegre; resumiu-se a isso.
Talvez seja um ataque que esteja sendo feito a
Porto Alegre por outras cidades interessadas em atrair a Copa. Isso aconteceu
no domingo à noite, às 20 horas, na BandNews, foi dito: “Porto Alegre tem uma
das piores situações de saneamento do Brasil”. Eu estive no DMAE, assim como V.
Exª esteve, e o nosso abastecimento de água sempre teve uma qualidade modelo,
foi referência no Brasil e até no mundo a questão da fluoretação, enfim, todo o
controle de qualidade com os laboratórios. O caso da tragédia ecológica do
Hermenegildo, quando aconteceu, foi o DMAE que foi dar conta e desvendou o
mistério, e com relação a muitos outros episódios também. Então, é muito ruim,
porque estão passando uma imagem distorcida, equivocada, e que nega a história;
nega a história do Ver. João Dib, do ex-Vereador Guilherme, a nossa história, e
eu não vi ninguém do Executivo contestar esses dados. Isso precisa ser
desfeito, porque a coleta de esgotos, o afastamento dos esgotos ultrapassa os
85%. É verdade que o tratamento secundário e terciário está em torno de 27%,
pelo menos em potencial, e que o Pisa vai elevar a 77%, o Projeto da Zona Norte
pode elevar a 100%, mas é uma construção que vai longe. E Porto Alegre sempre
teve, inclusive, os indicadores de mortalidade infantil que colocava a Cidade
no ranking das melhores cidades do País, como destaque. Então, essa
notícia precisa ser desfeita, porque ela não corresponde aos fatos, não é
verdadeira e induz a se produzirem disputas talvez para o direcionamento dos
esforços da Copa. É uma notícia contra Porto Alegre, e não é verdadeira! Posso
testemunhar que a nossa situação de saneamento sempre foi boa, sempre foi
melhor que a de outras capitais inclusive. Atacaram, também, de forma lateral e
derivada, a Região Metropolitana, que, de fato, tem muito pouco saneamento -
isso, sim, é verdadeiro -, mas a situação de Porto Alegre é diferenciada.
Um outro assunto que eu trago novamente aqui, como
Liderança de oposição, questão da adequação das planilhas de custo das tarifas
de ônibus. Eu o ouvi muito bem aqui, no que se refere ao Procon, ao Dr. Omar
Ferri Júnior, pronunciando-se em relação à devolução dos bilhetes ou das
passagens que foram pagas por quem viajaria à Argentina. Acho lógico e correto,
é o papel a ser feito; mas nós também temos que dar conta, porque o nosso
usuário de ônibus está pagando cinco centavos a mais em cada passagem, e isso
não é legal, tem que ser adequado à planilha de custos. Eu fui Diretor do DMAE
e sei como se faz uma composição de planilha de custos. O Conselho Estadual,
ontem, reduziu o preço; a cidade de Palmas reduziu em 10 centavos o preço da
passagem de ônibus, de R$2,10 para R$2,00; e Porto Alegre também tem que se
adequar tecnicamente. Isso não é questão política; volto aqui e cobro novamente
da Liderança do Governo uma posição sobre o assunto. Obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Nelcir
Tessaro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
assiste, eu venho a esta tribuna, Sr. Presidente, diante das inúmeras
interferências, audiências públicas, de pessoas que talvez queiram que a obra
não aconteça; eu trago à baila o assunto da Vila Dique. Houve uma Audiência
Pública, no sábado, naquela localidade, na qual eu não estive presente, pois
estava numa audiência da CUTHAB, na Vila Nova, e até preferi não estar
presente, para evitar um confronto entre comunidade e Governo, porque vejo que
está havendo um jogo de empurra-empurra. Há pessoas que dizem que o projeto
anterior era um, há pessoas que dizem que o projeto atual é culpa da
administração passada do DEMHAB, e assim fica uma grande confusão; confusão em
relação ao tamanho das casas, quanto à remoção, quanto ao cronograma que já
deveria estar funcionando plenamente naquela localidade.
Verª Maria Celeste, ontem tive o trabalho de buscar
os projetos de quando estive no DEMHAB e trouxe para apresentá-los aos
Vereadores e a todos que nos assistem. (Mostra o projeto.)
Eu tenho aqui o projeto, que deixei aprovado no
DEMHAB, com os seguintes dados: os moradores da Vila Dique deveriam ter uma
casa com 42,35m², com um dormitório de 8 m²; outro dormitório auxiliar,
fechado, com 7,27m²; uma sala com 11m²; cozinha com 4,59 m²; banheiro privativo
com 2,60m²; área de circulação com 1,30m², e mais uma área de serviço com
2,80m². Era esse o projeto que deveria estar sendo executado. Está aqui,
datado: início, dia 15 de março de 2007; implantação no início de abril de 2008,
ele foi o objeto da primeira licitação.
Então, hoje trago para o Executivo tomar
conhecimento e, talvez, ter o senso de responsabilidade entre os próprios
Secretários na discussão do assunto. Discutir aquilo que, realmente, nós
criamos ao longo de dois anos, que é um projeto viável, um projeto que foi
levado ao conhecimento da comunidade. Eu sei que depois a comunidade,
juntamente com membros do Ministério Público e técnicos do DEMHAB, após a minha
saída, optou por um segundo projeto. Esse segundo projeto não foi feito por
mim. Esse segundo projeto que no sábado foi comentado, e foi dito aqui, pelo
Ver. Todeschini, talvez tentando elogiar a atual administração, pensando causar
conflito interno no meu Partido, mas acho que o conflito interno não está no meu
Partido. O conflito interno está nos técnicos e naquelas pessoas que não querem
que aquelas famílias saiam da Vila Dique e, sim, que continuem naquela situação
precária, porque, afinal de contas, se elas saírem de lá, vai gerar
desenvolvimento para o Estado do Rio Grande do Sul, vai gerar progresso, vai
ter a ampliação do Aeroporto Salgado Filho, elas terão moradias dignas e não
servirão mais de palanques políticos. Enfim, para tantas e tantas coisas que
hoje estão sendo usadas aquelas famílias, não poderão ser usadas no momento de
sua transferência.
Também
quero dizer claramente que o projeto da escola, quando de lá saí, estava em
licitação e com o início das obras previsto para 2008. O projeto da creche, no
mesmo sentido, bem como do posto de saúde. E também ficou compromissado que a
primeira obra a ser realizada seria o centro comunitário, para ali poderem
fazer as reuniões da comunidade, porque assim é que devem ser feitas todas as
obras.
O DMLU foi o único que cumpriu; o galpão de
reciclagem está quase pronto. Então, eu quero dizer, para esclarecer a toda
população, que o projeto foi um. O projeto que hoje está lá não foi o projeto
ideal; aquele projeto que no início nós queríamos que fosse executado, o
projeto com 42m², pelo qual hoje as comunidades brigam, e que alguns disseram
que nunca existiu, esse projeto existiu, sim; eles estão aqui, assinados pelos
engenheiros, por técnicos e com o meu nome aqui! Existiu o projeto, sim!
Agora, Ver. Todeschini, V. Exª deve perguntar para
os técnicos, e não para mim, para a Caixa Econômica Federal, que aprovou um
novo projeto, pois eu já não estava mais lá, eu saí do DEMHAB no dia 3 de abril
de 2008. E, após isso, houve a licitação, após isso, houve alteração no
projeto. Devem, a Caixa Econômica Federal, o Ministério das Cidades e todos os
técnicos envolvidos - afinal tem uma comissão -, discutir o porquê desse
projeto, mas não discutir a minha responsabilidade, como aconteceu no sábado,
tentando colocar a população contra a minha pessoa. Eu não tenho medo, eu sou do
povo, eu sou da comunidade e transito no meio do povo, porque a minha
personalidade vai ser aqui, vai ser lá e é uma só, sempre vai ser assim. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Maria
Celeste está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, neste período de
Comunicações eu gostaria de continuar o assunto tratado pela Liderança do PTB,
que tratou do tema da Audiência Pública da Vila Dique, que esta Casa realizou
na semana passada, no sábado à tarde, lá na Vila Dique, com a presença,
seguramente, de quase mil moradores daquela região. A igreja da Assembleia de
Deus estava lotada, não havia lugares para as pessoas fazerem as suas
manifestações.
Um tema que nós temos tratado desde o início deste
ano, tendo em vista que todo aquele processo estabelecido anteriormente pelo
DEMHAB e pela comunidade foi completamente truncado e constituído de uma série
de ruídos e discordâncias em relação àquilo que foi apresentado inicialmente
para a comunidade. A partir dessa discordância da comunidade, nós fomos
procurados aqui na Câmara Municipal, e aqui, também, na semana passada, a
comunidade aportou, solicitando a interferência dos Vereadores da Casa para que
houvesse, de fato, o retorno de um diálogo e de uma possibilidade de
reconstrução diante das necessidades da comunidade da Vila Dique. Não é
possível fazer a transferência de 1.100 famílias para aquela região da Zona
Norte da cidade de Porto Alegre, da Grande Santa Rosa, que é a Vila em que eu
moro, sem que haja a construção, Ver. Valter Nagelstein, dos equipamentos
prioritários na área da Educação, da Saúde, da Assistência Social. Não adianta
construir as casas e querer jogar as pessoas lá dentro de qualquer forma, de
qualquer jeito.
E, lamentavelmente, quando analisamos todo o
processo anterior, e eu recebi na sexta-feira, pelas mãos de uma liderança, não
oficialmente pelo Governo, o projeto inicial, não essa planta apresentada pelo
Ver. Tessaro, que dava conta de uma série de questões que ali foram acordadas e
de uma série de dados e números que não foram levados em consideração para a
manutenção e a proposta desse projeto apresentado. Trinta e oito metros
quadrados, esse é o tamanho efetivo da casa que ali está sendo disponibilizada;
e não foi levado em conta o número de integrantes de uma família para ocupar
aquela casa. Nós sabemos que há inúmeras famílias; e pasmem, o relatório
construído pelo DEMHAB, em 2007, não apresenta a composição das famílias com o número
de integrantes. Como é que se pensa um projeto para reassentamento de famílias
como se essas famílias fossem constituídas de apenas quatro ou, no máximo,
cinco pessoas. A realidade ali é bem outra. Nós sabemos que tem famílias que
possuem 10, 12 pessoas na sua configuração. Como essas pessoas vão morar em
38m²? Como essas pessoas serão reassentadas nesse seu deslocamento sem levar a
escola, sem levar o posto de saúde? Isso é uma incoerência do Governo! Lá há,
num levantamento do DEMHAB constituído em 2007, 2.099 crianças; mil crianças
com idade de zero a seis anos - já deve ter aumentado, porque este levantamento
foi de 2007 -; 1.099 crianças com idade de 7 a 14 anos. Como pensar um projeto
de reassentamento e não pensar na sua configuração, os dados elementares que
deveriam ser apresentados nesse projeto, nesse processo da configuração, e
também não pensar naqueles que estão ali? As 2.099 crianças sendo deslocadas
para a grande Santa Rosa sem a possibilidade de escola, sem a possibilidade de
creche, sem as mínimas condições necessárias para que ali se pudesse instalar,
de fato, uma comunidade que demonstra, na sua configuração atual, uma
comunidade cooperativa, participativa, que vai à luta, que não tem medo de se
expor, que vem a esta Casa solicitar a interferência dos Vereadores para ver o
que pode ser feito por nós naquele momento, e vamos continuar fazendo.
Acho que há necessidade de que se rediscuta o
projeto, que se tragam alternativas para essas famílias em número maior. Os
comerciantes da região, o comércio que ali vai ser reassentado, são pequenos
comércios, mas nós sabemos que na configuração da Vila Dique existem grandes
comércios; como se dará essa questão, como se configurará esse reassentamento?
Olha, estou extremamente preocupada, porque a Cidade precisa desse
reassentamento, porque a Cidade quer aumentar a pista do Aeroporto. Agora, a
Cidade, especialmente o Executivo, tem que ter em mente que não é simplesmente
jogar as pessoas, como estão querendo jogar. Aquelas famílias têm dignidade humana.
Estão previstos na Constituição Federal: o respeito
à dignidade humana, o respeito às questões pertinentes à Saúde, à Educação, à
Assistência Social, à Habitação, que não estão sendo levados em conta neste
momento. A Cidade tem uma dívida com a Vila Dique, porque a Cidade precisa que
haja esse reassentamento para o aumento da pista do Aeroporto. Nós temos que
fazê-lo; agora, nós temos que fazer isto, respeitando a dignidade de cada ser
humano, de cada criança, de cada jovem, de cada idoso que ali está, e levar em
conta todas essas questões particulares, para que haja, de fato, um bom
projeto, um bom reassentamento, e que todos nós possamos usufruir, porque é do
nosso interesse, é do interesse da cidade de Porto Alegre. O Executivo deveria
estar preocupadíssimo com esse reassentamento, preocupadíssimo com as
manifestações e com as considerações que as famílias nos trouxeram nessa
Audiência Pública, e que certamente a Câmara Municipal vai tratar coletivamente
daqui para frente, Ver. João Antonio Dib.
Portanto, espero, Ver. Toni, que coordenou o
processo e que constituímos o processo dessa Audiência Pública, que possamos
continuar trabalhando nesse sentido, sensibilizando o DEMHAB, sensibilizando o
Executivo, para que essas pessoas não sejam simplesmente jogadas, mas que ela
sejam vistas como seres humanos que são, com todo respeito que a Cidade merece
junto a essa comunidade. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Apregoo
substituição de Titular da Comissão Representativa, nos termos do artigo 83,
parágrafo único do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, no dia 09 de
julho. O Ver. João Antonio Dib substituirá o Ver. João Carlos Nedel.
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Srª Vereadora, quando eu imagino que nós vamos
ter um tempo para poder dar uma descansada, Ver. João Dib, aí as coisas se
avolumam mais ainda. Essa questão que o ilustre Ver. Ferronato trouxe do Plano
Plurianual, neste mês de recesso deve nos ocupar. Eu digo nos ocupar muito, o
Ver. Ferronato e a mim, porque, de fato, o cobertor é muito menor, Ver. João
Dib e Ver. Cassiá, do que o tamanho dos recursos que nós temos para dispor em
todas as áreas. Só esta informação que o Ver. Ferronato traz de que nós temos
orçados para os próximos quatro anos 12 milhões em publicidade, e os Vereadores
fazem Emendas retirando todo o dinheiro da publicidade para alocá-lo em outras
áreas, só isso constitui, não deixa dúvidas, uma ingerência indevida daquilo
que é prerrogativa do Executivo Municipal. Mormente, se nós olharmos que são
três milhões de reais por ano, e aí estão incluídas as publicações legais e
todas as outras questões, e também, obviamente, aquilo que é papel do Governo
de poder divulgar o seu trabalho. É muito menos o que nós fazemos do que o que
se fazia, lá atrás, no Cidade Viva, que era um programa do Partido do Ver.
Todeschini, e que inclusive comprava espaços - V. Exª bem se recorda - no horário
nobre da televisão, e apresentava uma novelinha; sempre vinha aquela novela.
Então, quer dizer, são menos recursos, inclusive. Mas vamos trabalhar,
respeitando aquilo que é direito, que é prerrogativa dos Vereadores no sentido
de trazerem as suas contribuições para que nós possamos olhar melhor, com uma
lupa, o Orçamento e o Plano Plurianual. Mas, obviamente, não invadindo a
competência do Poder Executivo.
Ver. Todeschini, eu tenho ouvido que V. Exª tem
dito aqui na tribuna que vai continuar insistindo com essa questão das
passagens. Eu lhe sugeriria uma audiência com o Comtu, que é o Conselho
Municipal de Transportes, que, como bem sabe V. Exª, é o organismo que define o
preço das tarifas dos ônibus na Cidade. Inclusive o Executivo, e nós, os Vereadores,
estamos fora desse processo, por uma decisão que eu não sei se foi aqui da
Câmara - não é do tempo do meu mandato, desta Legislatura -, mas nós estamos
fora do processo de definição do preço das passagens na Cidade. Quem faz isso é
o Comtu.
Então, com a devida humildade, eu deixo a sugestão
a V. Exª de que faça esse encaminhamento ao Conselho Municipal de Transportes,
para que a gente busque isso que é do interesse da população. Se de fato há
margem para nós reduzirmos o preço da passagem - e eu sei que para um
trabalhador o preço de R$2,30 é caro; eu recebo no meu gabinete pessoas que se
deslocam dos bairros mais longínquos da Cidade ao Centro a pé, porque não têm
dinheiro para uma passagem de ônibus. Então, eu acho que de fato esta é uma
questão importante, mas a porta na qual nós devemos bater é a porta do Comtu.
Não adianta ficar cobrando do Prefeito Fogaça ou de quem quer que seja, nós
temos que bater à porta correta, e V. Exª bem sabe qual é. Eu até me proponho,
se for o caso, a acompanhá-lo nessa discussão.
Com
relação à Vila Dique e à Vila Chocolatão, eu quero, em primeiro lugar,
reconhecer e cumprimentar o Ver. Nelcir Tessaro pelo trabalho feito à frente do
DEMHAB. Este reconhecimento não é meu, Ver. Tessaro, é um reconhecimento da
Cidade. Hoje V. Exª ocupa uma cadeira neste Legislativo Municipal mercê do seu
trabalho frente a esse Departamento de Habitação, e lá fez, reitero, um grande
trabalho.
Eu
acho que nós temos feito um esforço enorme para a transposição da Vila
Chocolatão, que está numa condição absolutamente indigna aqui ao lado da
Câmara. Ela já sofreu dois incêndios, e nós estamos, nos altos da Protásio
Alves, fazendo 700 casas, uma escola de Ensino Fundamental e um galpão de
reciclagem de lixo, com o compromisso do DMLU de encaminhar o material
devidamente pré-selecionado, para que a comunidade possa, lá, dar continuidade
a esse trabalho que faz. E, da mesma forma, a Vila Dique e a Vila Nazaré; é
importante para a Cidade essa remoção, é importante para o Rio Grande do Sul,
Ver. Valdir Fraga, que a ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho ocorra
de fato, isso vai ser um ganho para a economia do nosso Estado. E nós, acho,
precisamos somar esforços, sim, e atentar a essas questões que a comunidade nos
traz, pois são pertinentes. A comunidade precisa de uma escola, e nós não
falamos em Educação da boca para fora - Ver. DJ Cassiá, que é Presidente da
Comissão de Educação -; não é questão de retórica. Nós sabemos que Educação é o
elemento basilar do desenvolvimento de qualquer sociedade. Então, tem que ter a
escola, o galpão comunitário, sim, temos que caminhar pari passu com a
transposição das pessoas que estão ali no local e não podem ficar mais.
Temos
que reconhecer que o Executivo Municipal está fazendo um esforço, temos que
reconhecer que há uma parceria com o Governo Federal para isso, e nós temos que
lutar para que as garantias de escola, de centro comunitário e de outros
equipamentos públicos sejam de fato realizadas. Tenho certeza de que será essa
a sensibilidade do nosso querido Ver. Dr. Goulart, que está lá no DEMHAB, e é
essa a orientação do Prefeito José Fogaça.
Em
todos os momentos que tenho estado - por isso posso atestar - com o Prefeito
Municipal tenho visto essa preocupação do Prefeito José Fogaça com as pessoas
de nossa Cidade. Por exemplo, aqui na Vila do Chocolatão é isso, e também lá
nas Vilas Dique, Nazaré, dos Papeleiros, Santa Terezinha, Mário Quintana,
Farrapos, enfim, em toda aquela região na qual já tivemos uma melhora
significativa. Há muito por avançar, há, mas a Câmara tem trabalhado no sentido
de corrigir e de ajudar nessas questões, como foi o caso das trinta áreas de
interesse social que aprovamos aqui, que vão permitir que essas áreas sejam
regularizadas.
A
Câmara, tenho certeza, junto com o Executivo Municipal - formando essa sinergia
que é tão necessária -, vai continuar dando a sua contribuição para que nós
enfrentemos a situação. É verdade que não se enfrenta na velocidade que nós
gostaríamos, mas infelizmente isso não é exclusividade nossa de Porto Alegre.
Temos uma série de problemas a enfrentar, mas vamos continuar enfrentando essas
questões que são do anseio de nossa população. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Nelcir Tessaro está com a
palavra em Comunicações.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
assiste, venho a esta tribuna neste período de Comunicações, somando-me ao Ver.
Tarciso, ao Ver. Valter, que tanto defende o Centro da Cidade, que tem a Frente
Parlamentar pelo Cais do Porto, e também pedir encarecidamente ao nosso Ver.
Valdir Fraga, que está aqui e representa o Governo, ao Ver. Valter, Líder do
Governo, a resolução de um assunto que perdura desde 2006. Nós tivemos uma
reunião na Procuradoria Geral do Município, em 2006, com outras Secretarias
envolvidas, para resolvermos o problema do esqueleto do Centro, o “esqueletão”,
que hoje é um cartão postal de Porto Alegre. Vindo pelo Guaíba ou de qualquer
outra parte da Cidade, a primeira coisa que se enxerga é aquele prédio
inacabado que está lá, e agora, com a saída dos depósitos dos vendedores
ambulantes, aquilo se transformou em aluguel de quartos.
Ontem recebi uma comunidade do Centro - esta
comunidade já esteve na Comissão com o Ver. Toni e a Verª Juliana Brizola e
outros -, pedindo uma interferência do Governo. Eu entendo, Ver. Valter e Ver.
Valdir Fraga, que é possível, sim, uma desapropriação por interesse público,
pois aquilo está colocando em risco as pessoas que transitam por ali. Há uma parte
interditada; aliás, a construção está interditada de longa data. Daquele prédio
inacabado, há poucos dias, caíram pedaços de tijolos lá de cima, e isso é
inaceitável no Centro da Cidade; é aquela fotografia, aquele cartão postal que
denigre.
Já que estamos pensando no Projeto Viva o Centro,
temos que fazer com que haja uma urgente interferência naquilo ali.
No ano passado, tive reunião com a Caixa Econômica
Federal, e a Caixa se propôs, se o Município desapropriasse o prédio, a assumir
e construir um PAR - Programa de Arrendamento Residencial - para residências de
brigadianos, da Brigada Militar, que colocaria a Segurança Pública no Centro da
Cidade, e faria com que pudéssemos transitar mais livremente e com segurança no
Centro da Cidade. Então, é muito importante a retomada dessa ação. Uma reunião
urgente nesta Câmara; talvez só a interferência, só os Vereadores, só as
Comissões não vão surtir o efeito desejado, mas tenho certeza de que se
buscarmos todo o Executivo, se a Procuradoria-Geral do Município se engajar, o
Departamento de Habitação e a Caixa Econômica Federal, nós poderíamos utilizar
até o Programa Minha Casa, Minha Vida para a reconstrução daquele prédio. Isso
também está ocorrendo no Projeto da Galeria Pio XII, cujo prédio, de longa data,
também vem com problemas no Centro da Cidade. Nós não podemos mais permitir que
o Centro da Cidade sirva para esse tipo de habitações; habitações clandestinas,
depósitos clandestinos. Os proprietários - é uma família, pois veio de herança
- não têm interesse nenhum, porque uns residem no 3º andar e construíram num
andar todo a sua residência particular, mesmo correndo risco de desabamento,
sem qualquer fiscalização da SMOV, que lá deveria interferir e até entrar com
uma ação, se for o caso, de demolição daquele prédio.
Os comerciantes da Galeria, que são proprietários
daquelas lojas, sofrem pelo risco, pela infiltração, pela insegurança no
futuro, sem saber se o prédio um dia será demolido, o que vai afetar todo o
Centro da Cidade. E, com certeza, se esperarmos mais um ou dois anos, aquela
obra, nas condições em que está, onde no último andar tijolos estão caindo, não
haverá mais aproveitamento, aí sim, tem que demolir e fazer reaproveitamento
geral e prejudicar o entorno do Centro da Cidade. Vai afetar os comerciantes da
Rua Marechal Floriano, porque o trânsito, com a demolição, não vai ser fácil de
organizar de um dia para o outro; enfim, vai ser um transtorno para Porto
Alegre.
E já que nós queremos, Ver. João Dib, um Centro
vivo, “Viva o Centro”, para em 2014 mostrarmos para o mundo, vamos começar
limpando a casa; limpar a casa é fazer com que esses prédios que nenhuma
condição de habitabilidade possuem, esses prédios que estão abandonados no
Centro da Cidade, que se possa fazer urgentemente um convênio com a Caixa
Econômica, com setores do Governo Federal, para fazer construções e habitações
populares. Habitações para aquelas famílias, para aqueles trabalhadores que
hoje estão no Centro da Cidade e não precisarão pagar passagem de ônibus para
trabalhar, principalmente os trabalhadores da Segurança Pública, que hoje estão
morando nas favelas de Porto Alegre. Obrigado, senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, eu hoje desejava apenas falar
sobre o pronunciamento, muito didático, do Senador Cristovam Buarque, quando
ele disse que uma charge do jornal O Globo, mostrando que o corpo com a cara do
Sarney e do Lula dizia mais do que todos os discursos que estavam feitos no
Senado. Eu acho que é verdade, o Lula se igualou ao Sarney, nenhum dos dois são
bons brasileiros.
Eu também fiz um apelo, falando ao Ver. Airto
Ferronato, para que os nobres Vereadores não fizessem Emendas desnecessárias ao
Plano Plurianual. O Plano Plurianual é o Plano de Governo do Prefeito que
entra.
Agora também tenho de falar ao Ver. Carlos
Todeschini, que falou sobre a notícia que ouviu na BandNews no domingo. É uma
barbaridade, pois Porto Alegre tem, no mínimo, 97% da sua população abastecida
com água da melhor qualidade; desde 1975, quando eu fui Diretor do DMAE, ela
era inclusive fluoretada, e veio da Suécia. O Presidente da Associação dos
Odontólogos informou que foi feito um acompanhamento, durante dez anos, na Vila
Cruzeiro do Sul, e houve melhoria no sistema dentário daquelas crianças. Quanto
ao esgoto, nós vamos chegar a 77% de tratamento com o PISA, mas, no entanto,
não tem problemas maiores, porque ele é lançado a 12 metros de profundidade no
canal; nós fizemos a análise em dez, em oito, em seis, em quatro, em dois
metros, e na superfície, e não há problemas.
Agora, a passagem de ônibus ser diminuída, porque o
diesel diminuiu, isso é brincadeira de alguém que não conhece o que seja um
cálculo de tarifa, porque o diesel é o que menos representa num cálculo de
tarifa. A tarifa tem 40% ou mais na mão de obra, tem a depreciação do veículo,
tem a remuneração do capital, tem pneus, tem chassis, então, é “querer encobrir
o sol com a peneira”.
Agora, eu quero ficar nos 32 metros de que eu
dezenas de vezes reclamei que eram feitos os prédios da Administração
autodenominada popular. A Vila Planetário, cuja execução eu fiz parar duas
vezes na Justiça, inclusive depois fizeram o meu velório, e o Prefeito Olívio
foi tomar cachaça no meu caixão; o velório foi até a Prefeitura com o meu
caixão. Eram 32 metros de sobrado! E é bom considerar que num sobrado tem uma
escada, e essa escada é um espaço perdido em área de construção. Agora, 39
metros, 40 metros, isso é muito ruim para a Cidade! O Prefeito é péssimo, o
Prefeito é mau, mas e os outros que faziam 32 metros? Trinta e dois metros de
sobrado, é só ir ali na Vila Planetário e medir.
Então, eu acho que quando o Ver. Tessaro chegou ao
DEMHAB, as coisas mudaram. Se agora não são 42 metros, são 39,5 metros ou
39,80m, mas é mais do que 32 metros. Então, não há por que dizer que a
população tem que ter dignidade, tem que ser tratada com dignidade, porque há
grandes comerciantes na Vila Dique. Muito bem, os grandes comerciantes devem
ter grandes recursos, então não tem por que me preocupar com esses grandes
comerciantes. Agora, devo me preocupar com aquele pobre infeliz que ali está
num espaço exíguo, com mulher, filhos, netos, e vou lhe dar 40 metros quadrados
de área construída, podendo ele construir um pouco mais.
Então, eu acho que criticar por criticar não fica
muito bem. Acho que nós precisamos ter muito cuidado com as críticas, porque,
de repente, se olharmos para trás, era muito pior. E é por isso que eu tenho
toda a tranquilidade, porque eu fiz parar as obras da Vila Planetário, que
foram absolutamente ilegais e irregulares; parei duas vezes - como eu disse,
foi feito o meu velório e o Prefeito Olívio tomou a sua cachacinha lá. Mas eu
não tenho nenhuma restrição em relação à Vila Planetário; ela está muito
bonita, foi muito usada para publicidade de candidatos a Vereador, agora não é
mais, porque chamei atenção que aquilo é um próprio municipal, porque não é
propriedade privada, é Direito Real de Uso, continua sendo próprio municipal,
apesar de que não pagam as prestações. Num Pedido de Informações que eu fiz, vi
que ninguém pagava a sua prestação. Gostaria de saber, sobre o conjunto
residencial da Princesa Isabel, quantos metros quadrados têm cada apartamento,
antes de falarem mal dos 39 ou 40 metros que o DEMHAB vai fornecer aos
moradores da Vila Dique.
Agora, a Vila Dique está mal instalada e está
prejudicando toda uma cidade. Nós não podemos ampliar o nosso Aeroporto e não
podemos implantar sistemas que permitiriam voos com cerração, sem cerração, ou
de qualquer outra maneira. Nós não podemos fazer o que precisaríamos: uma pista
de 3.200 metros em que poderiam chegar aviões mais pesados. Saúde e PAZ!
Desculpem-me por ter excedido os meus cinco minutos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Não havendo
mais inscrições para o período de Comunicações, estão encerrados os trabalhos
da presente Reunião. Bom-dia a todos, e até amanhã, às 9h30min, na 9ª Reunião
Ordinária da Comissão Representativa.
(Encerra-se a Reunião às 11h27min.)
* * * * *